quarta-feira, 26 de maio de 2010

Eu, meu algoz

Alto penhasco
Só mais um passo
Serei eu meu arauto
Agora é um salto

Queda livre
Falta me sorte
Serei forte
Estou entregue a morte

Quero teus braços
Dama de aço
Quero teus beijos
Senhora dos percevejos

Vazio passado
Entregue ao presente
Sem futuro

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Incongruência

A luz que antes ofuscava me agora distancia
A penumbra toma conta
O calor de antes agora esfria
A desolação me encontra

A esperança se esvai
Minha luz se vai
Lutar
Sofrer...

Talvez vencer...

Estrela cadente

Estrela cadente
Que risca o manto escuro
Cai ao oriente
Em busca das respostas do obscuro


Meu olhar ascendente
Fixo no céu eu procuro
Aqui do ocidente
O valor maior que ouro


Minha alma fermente
Corpo impuro
Minha estrela do oriente
Oh! Distancia, Oh! Lamurio!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Rutilante penumbra

Rutilante presença no vale das sombras
Caminha ausente

Tortuosas trilhas
Vultos o vê é zombam
Oh! Guerreira das ilhas

Luz
É teu caminho
Sombras é o teu fascínio
Luz e Sombra


A luz ama a sombra
A sombra não vive sem a luz...

Anacoreta

O vinho que me embriaga
Não mais me aquece;
A mão que me afaga
Não mais ao meu lado permanece;

Solidão
Perdão
Desolação...

Taciturno Destino

O choro do nascer
O grito do viver
O suspiro do morrer

A beleza da aurora
A força do passar da hora
A taciturnidade do poente

O pranto do poeta
O canto da poetisa
O amor do desamado
...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Decisão

O tempo é pai

Com a mesma mão que nos maltrata

Nos afaga


A saudade é mãe

Com a mesma mão que nos afasta

Nos apaixona


A distancia é ciência

Da mesma forma que nos mata

Nos ata


Essa é minha sina

A sina do apaixonado

Amar sem ser amado


Essa é minha historia

A historia do condenado

Pela liberdade fui enganado


Essa é minha luz

Essa que não mais reluz

Agora são as trevas que me conduz


Tu és meu céu

Tu és meu anjo

Com tua lança me atravessa


Oh!... Por que isso Arcanjo?



A quem não mais suporta esperar

Tende a caminhar

A quem não mais suporta sofrer

Tende a entender

A quem não tem mais quem amar

Tende a esquecer...

Noite Profana

A noite cai com ela desejos profanos
Quero te em minha cama
Quero te mostrar quem te ama

Por entre tuas pernas o paraíso se arreganha
Logo mais desejo se ganha
Inicia se a tua manha

Entre gemidos e zumbidos
Suspiros e gritos
Impetuosas garras me arranham

Do lombo tira me sangue...
O sangue que em ti escorre é branco
Pecaminosos movimentos vida ganham

O cheiro de desejo paira
Volúpia, deleite
Desejo egoísta de prazer
Confunde-se em ira

Teu gosto quero sentir
Teu gemido quero ouvir
Como criança sedenta
Clamo teus seios
Teu paraíso eu anseio

Blasfêmia desferida
Gritos de prazer e dor
Um suspiro a cada ferida

Quando finalmente chega nos à ânsia
Assim como a de um cardíaco
Paixão sem pudor
Provo o teu sabor

No fim do crepúsculo
Sente se apenas o calor
Dois corpos entregues ao niilismo
Duas almas em copulo

Com a aurora
Vem a hora
Da partida, ir embora
Digamos que nos vamos em boa hora
Logo, logo sem demora...

Pois lá vem mais um crepúsculo
Que consigo traz a noite de desejos
Carnais e profanos...

Meu corpo Clama o teu
...Teu nome... Teu nome...
Venha logo, não suporto mais essa demora...

Criatura

Quem és tu?
Criatura malvina
Que vem me atormentar,

Quem és tu?
Criatura que faz me delirar
Com tua estonteante beleza
Me encantar,

Quem és tu?
Criatura que com minha loucura se diverte
Com meu desespero engrandece,
Criatura de antíteses;


Minha paixão de outrora,
Meu martírio de agora,

Mas saiba tu criatura,
Que tua beleza há de esvaece,
Tua sedosa pele murchar,
Teus longos cachos esvaírem,

Tua carne a terra comera,
Teus ossos os vermes iram limpar,
Tua memória prevalecera,
E teu feito lembrado será;

Quem és tu criatura?
Tu és quem por toda eternidade
Eu irei amar,
Por toda minha vida odiar;

Em meu leito de morte
Irei lhe chamar
Irei lhe amaldiçoar

Quem és tu criatura?
Que tu queres de mim criatura?

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Estações

Ahhh! Final de Abril...
Outono...

Folhas e Flores ao chão...
Uma paisagem desoladora

Galhos e arvores secas.
A chuva fria o vento gelado
Céu cinzento, taciturno...

A Terra descansa assim como nossa alma
Para o Inverno a Terra vai
Para onde nossa alma ira?

Em fim a primavera o renascer...
Pássaros e flores
Bosques verdejantes, vida...

Agora estamos no Outono, aqui o frescor da chuva une se com o clima desolador,

Dias sem sol noites sem lua,

Penumbra, trevas total...

O soturno

Mesmo mantendo me em silêncio estou aqui a contemplar lhe,
Distancia que fere...
Mesmo em teu silêncio continuo a observar lhe,
Saudade amarga...


Teus olhos, teu sorriso me afaga
pondero meus pensamentos...
Entre palavras e poemas, gestos e carinhos

Minha mentem vaga...


Deleite, volúpia, desejos da carne
Presença obscura...
Entre meus sonhos acordado,

Em minha alma


Estou nessa eterna procura...
Eu ser, criatura
mente e carne impura...
Em tua luz que perdura
Aconchego me e procuro a cura...

Virtual Vida

No aconchego da fria noite de graus negativos
Encontro me solitário a aquecer me
De pensamentos efêmeros, hediondos
Deleitar me com uma cuia de mate quente
Pois o vinho não mais me aquece


Das velhas trovas contidas em minha mente

Todas agora a ti faz menção
Da imaginação à realidade
As tuas palavras entram em contradição
Realidade ou ficção?


Como posso amar alguém com quem nunca estive?
Como posso sentir falta do que nunca tive?
Agora penso como seria ter você aqui!
Sentir teu sangue no meu coração.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Flarte

Olhares trocados
Palavras medidas
Seres encantados
Não se diz mais adeus nas despedidas;

Convite feito
Flerte lançado
Dança aceita
Almas apaziguadas;

Tua boca encontra à minha
Minha mão teu seio
Tu fazes manha
Palco armado para o nosso devaneio;

Luxúria, apego
Volúpia, deleite
Teu calor fortalece meu ego
Quero provar da tua essência teu leite;

Nossas faces se encontrão
Nossos corpos se misturam
Semear em ti meu grão
De ti ouço os seres de desejos que urram;

Fogo, Paixão
Amor, Solidão
Desprezo, compaixão
Ódio no coração...

Sombras do tempo

Triste relacionamento
Separados pela distancia
Distanciados pelo tempo

Taciturno, obscuro
Cada vez mais meu eu se encontra
Nessa solidão que se desponta

Tenho apenas tu que me é anódina
Que me é paliativo
Tua distancia deixa me nas sombras da escuridão

No fundo do abismo
Preciso da tua feição
De tua mão

Não me olhe com esse semblante
Quero que atenue a escuridão que ofusca nossa luz
Volte para mim com esse rutilante olhar
Deslumbrante sorriso

Tu que és Lua e sol
Rio e mar
A força do amar.

Omnipresente

O calor que aquece teu corpo sou eu;
O vento que acaricia teu rosto sou eu;
O som que cochicha em teus ouvidos sou eu;
O ar que tu respira sou eu;

Sou o que te rodeia;
Sou o que te alimenta;

Mas és tu que me da vida;
És tu que me ilumina
Simbiose perfeita!

Nuvens

Minha imaginação caminha
Imaginação ou alucinação?
Busco o perdido em minha mente
Procuro o pela luz que guia me


Embriago me no lírio de teu olhar
Convulsão, confusão
Minha alma procura a fusão dos corpos
Em teus lábios encontro à cura

Ah! Teu ar menina, moça
Mais pura
Em teus cabelos à vida
Retração, distração

Foges de mim
Oculta se de mim
Desconhecida, obscura

Somos almas Inerente
Paixão inconseqüente
Separados vagamente
Busco lhe novamente.

Olhar dos mortos

Por fendas obscuras
Em uma noite de verão
Em que veio te as chuvas
Mantendo lhe em cárcere de solidão

Nessa ventania tortuosa
Sigo a trilha do coração
Trilha tenebrosa
Onde não se escuta mais as oração

Tenho o vislumbre de uma menina
Em que sinto o odor de absinto
Em tuas palavras há rima
A morte logo se aproxima

Capuz e violino
Navega nesse rio imundo
Da morte toca o hino
O barqueiro do sub-mundo.